Manejo de percevejos nas culturas de soja e milho

por | out 23, 2020 | Canal Digital, Podcast | 0 Comentários

Insetos podem causar danos diretos e indiretos nas culturas. Controle químico é a principal ferramenta de manejo

Manejo de percevejos nas culturas de soja e milho

por Hélvio Campoy - Pesquisador da Ourofino Agrociência | Episódio 18

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Os percevejos são considerados pragas primárias nas culturas de soja e milho e podem causar forte impacto econômico nas lavouras.  Na soja uma das principais espécies é o percevejo marrom (Euschistus heros).

Já no milho uma das principais espécies é o percevejo barriga verde (Dichelops furcatus ou Dichelops melacanthus).

No episódio 18 do Podcast Fala, Agro! o pesquisador da Ourofino Agrociência, Hélvio Campoy, fala sobre dicas de manejo para controle dos percevejos.

Principais espécies de percevejos nas culturas de cereais

“Os percevejos são considerados pragas primárias nas culturas de soja e milho e podem causar forte impacto econômico nas lavouras. Na soja uma das principais espécies é o percevejo marrom (Euschistus heros), que pode causar danos direto e indireto”.

“Já no milho uma das principais espécies é o percevejo barriga verde (Dichelops furcatus ou Dichelops melacanthus)”.

“O percevejo marrom (Euschistus heros) pode causar maiores danos durante o período reprodutivo da planta, ou seja, na formação das vagens. Por isso, é importante que o agricultor realize amostragens periodicamente nas lavouras. Recomenda-se que o monitoramento seja feito semanalmente ou, no máximo, a cada dez dias”.

“Um dos métodos mais recomendáveis é a técnica da “batida de pano”. O agricultor deve colocar um pano, com 1 metro de comprimento, sobre uma das linhas da lavoura e em seguida “bater” sobre a soja e verificar se há percevejos sobre o pano estendido”.

“Se na média das “batidas de pano” forem encontrados até dois percevejos o agricultor deve realizar uma aplicação, buscando o controle dos insetos”.

“No milho o percevejo ataca no desenvolvimento inicial da cultura, logo após a emergência das primeiras plântulas. Nesta fase, o produtor deve andar pelos talhões da lavoura e verificar se há danos nas plantas”.

A sucessão do cultivo soja/milho pode dificultar o manejo dos percevejos?

“Esse sistema de cultivo soja e milho ocorre geralmente em regiões mais quentes do país, como centro-oeste e sudeste”.

“Algumas espécies de percevejo, como o barriga verde (Dichelops furcatus ou Dichelops melacanthus) iniciam a colonização no final do ciclo da soja. Com isso, após a colheita do grão os insetos migram para novas áreas semeadas em busca de alimentos”.

“Além de realizar amostragens nos talhões de milho, o agricultor deve ficar atento as áreas ao redor. Lavouras de soja em fase final de ciclo devem ter atenção redobrada”.

Recomendações para aplicação

“A tecnologia da aplicação é muito importante para a eficácia do manejo químico. Uma inspeção periódica nos equipamentos ajuda a verificar as condições das “pontas de aplicação”.

“As aplicações devem ser feitas em condições de temperatura e umidade adequadas. Temperaturas elevadas reduzem a duração da gota até o alvo. Por outro lado, a umidade pode acelerar o processo de evaporação das gotas”.

“Um outro fator observado é o comportamento da praga. Os insetos se escondem nas partes inferiores das plantas em períodos mais quentes, dificultando o controle dos percevejos. Portanto, as aplicações realizadas no início da manhã ou final de tarde são mais eficazes”.

“Esses detalhes fazem a diferença na estratégia do manejo para controle de percevejos”.

Principais grupos químicos e modos de ação mais eficazes

“No Brasil existem poucos modos de ação disponíveis para o manejo de percevejos. A maior parte das ações realizadas são com inseticidas do grupo dos organofosforados, como exemplo temos o acefato”.

“Uma outra opção é os inseticidas do grupo dos piretróides e também os neonicotinóides. Existem também os produtos a base de carbamatos, porém, esses inseticidas são menos utilizados no Brasil”.

“A rotação desses mecanismos de ação ajuda a reduzir a seleção de populações de percevejos resistentes”.