O mercado de commodities e as oportunidades no agro

por | mar 5, 2021 | Canal Digital, Destaques, Perfil | 0 Comentários

Vacinação em massa aumenta consumo mundial de alimentos e aquece o mercado de commodities

  ** Data da publicação 05/03/2021

Principais Destaques

  • Aprendizados com a pandemia

  • Desafios e oportunidades para a cadeia de suprimentos e o mercado de commodities

  • Eleições americanas e impactos para o mercado de soja

Nos últimos anos o agronegócio tem sido um dos pilares da economia brasileira, gerando renda, emprego e sendo fundamental para o desempenho da balança comercial.

Mesmo em um ano atípico e até mesmo desastroso para muitos segmentos, como foi 2020, o setor manteve seu crescimento e reforçou o papel de protagonista na produção mundial de alimentos.

A vacinação em massa tem gerado um aumento no consumo de alimentos e aquecido o mercado de commodities. Nos últimos seis meses os preços da soja subiram mais de 50% no mercado interno e o do milho 38%, segundo os indicadores do CEPEA/ESALQ. Somado a isso, a desvalorização do real frente ao dólar favorece as exportações brasileiras, que deve bater recorde em 2021.

Na primeira parte da entrevista com o especialista em marketing e vendas do agronegócio José Luiz Tejon, falamos sobre as oportunidades e desafios  do agronegócio  na pandemia,  as mudanças na política externa norte-americana e impactos no mercado de commodities.

Veja abaixo os principais trechos da primeira parte da entrevista. Na próxima semana será divulgado a segunda parte da entrevista, que irá abordar o processo de transformação digital no agronegócio, gestão da cadeia agroaliementar e as estratégias de comunicação para o setor.

Aprendizados com a pandemia

“Sem dúvida o agro sairá fortalecido da pandemia, pois creio que não demorará muito para que a agricultura brasileira faça um planejamento estratégico, pois é o único caminho concreto para o crescimento, ou seja, o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e, ao mesmo tempo, uma capilaridade de distribuição de renda.”

“O agro passou por um ano terrível, porém continuou exportando e abastecendo o mercado interno. Com isso, crescemos no campo e na indústria brasileira de alimentos, exportando produtos processados e, simultaneamente, abastecendo o mercado interno.”

“É através dos incômodos que a humanidade se desenvolve. Do ponto de vista da logística, conseguimos superar as dificuldades clássicas. A nossa indústria, em meio a uma pandemia, resistiu e manteve suas plantas industriais em funcionamento.”

“Foi um aprendizado muito grande e não tenho dúvidas que proporcionará a organização de um planejamento que, na minha forma de ver, buscará dobrar o tamanho do agro brasileiro até 2030.”

Desafios e oportunidades para a cadeia de suprimentos e o mercado de commodities

“Esse momento é importante para ganhar confiança, e isso se estabelece nas horas difíceis, portanto, o Brasil deve cumprir o seu papel de elemento fornecedor para a cadeia de suprimentos e isso é um passo importante para seguirmos adiante.”

“Precisamos diversificar, vender mais produtos que vendemos pouco para mercados que já temos forte relacionamento e também vender produtos que já produzimos em grande escala para mercados que vendemos muito pouco.”

“É na hora de cumprir com caráter o que foi contratado, que determina a diferença no mundo das vendas, dessa forma, acho que o Brasil cumpriu e tem cumprido, mesmo na pandemia, e vejo o país saindo de 2021 com muita moral como um agente do supply chain dos nossos clientes internacionais.”

Eleições americanas e impactos para o mercado de soja

“A política de Donald Trump não interessava aos demais países, pois ele se afastou das principais instituições internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).”

“Entendo que o Brasil, um país de comércio, deve prezar pelo diálogo. Com Biden, na minha opinião, isso é muito mais positivo. Passamos a ter um ambiente comercial mais previsível para o mercado de commodities.”

“Portanto, teremos que ‘jogar’ em um campo com mais diplomacia, com inteligência comercial e internacional. O discurso do atual governo brasileiro já mudou, passou a ser um discurso diferente do que era no governo Trump.”