Dia do Engenheiro Agrônomo: os caminhos da profissão no Brasil

por | out 10, 2022 | Canal Digital, Podcast | 0 Comentários

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O dia do engenheiro agrônomo é uma das datas mais importantes para todos os envolvidos com o agronegócio. Isso porque o profissional da agronomia é a pessoa-chave para manter o desenvolvimento do setor que leva alimento e energia para o mundo todo.

Em 1875 foi criada a primeira escola de agronomia do Brasil, em São Bento de Lages (BA). Porém, a primeira regulamentação da profissão veio apenas em 1933, com o Decreto nº 23.196/1933. O dia do decreto? 12 de outubro, data que comemoramos até hoje.

Para falar sobre este assunto, convidamos Edivaldo Velini, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) do campus de Botucatu, pesquisador e, o mais importante, engenheiro agrônomo. Neste episódio, você verá como a profissão vem mudando ao longo dos anos, mas sem perder a sua essência: batalhar pelo progresso da agricultura brasileira.

Como é ser engenheiro agrônomo?

Para o professor, o agro está em constante mudança: a cada 20 anos, o setor se reimagina completamente, o que aumenta os desafios do profissional de engenharia agronômica.

“Nós começamos a colher cana de forma mecanizada no início do século XXI. Hoje, no estado de São Paulo, praticamente toda a produção é colhida dessa forma”, comenta o especialista.

Inclusive, sobre a 2ª safra de milho, o professor comenta que começou a ser pensada no início dos anos 90. Hoje, o cenário mudou completamente e ela passou a produzir mais do que a 1ª safra.

“O profissional que escolher ser agrônomo, nunca terá monotonia. O agro não possibilitará este tempo ocioso”, complementa Velini.

A importância do agrônomo para o campo

Os engenheiros agrônomos atuam sob diversas frentes, desde a aplicação correta e segura das boas-práticas agronômicas, até na área de pesquisas, no mundo acadêmico.

Para o professor, a atuação de um engenheiro agrônomo, até em momentos considerados básicos, é muito relevante. “A escolha da data de plantio pode resultar em duas a três sacas a mais de produção ao final do ano.”

Além disso, Velini comenta sobre o cenário acadêmico. Para ele, o número de universidades com cursos para a formação de novos engenheiros agrônomos é baixo.

“Precisamos ter novos profissionais no mercado, pois a meta do Brasil no cenário internacional é alimentar o mundo e ser um modelo mundial na produção energética”, complementa.

Para aumentar a capacidade de formação de novos profissionais, é necessário que o perfil seja o ideal. Para o professor, ser flexível e aceitar as novidades é muito importante, pois o mercado está em constante evolução.

Evolução do engenheiro agrônomo aos dias atuais

Professor há 38 anos, Edivaldo Velini formou diversas turmas na universidade e acompanhou a evolução dos profissionais. Essas mudanças ocorrem por diversos fatores, entre eles as novas moléculas no mercado e culturas que antes eram pouco exploradas.

O especialista comenta ainda que as ofertas de trabalho migraram o foco. “Antigamente, os engenheiros agrônomos trabalhavam em cooperativas e órgãos públicos e hoje estão em empresas privadas, atuando em pesquisas e desenvolvimento.”

O número de consultores também tem aumentado ao longo dos anos. Para Edivaldo, muitos profissionais estão focando sua atuação em consultorias. “São pessoas que acompanham a produção e conseguem levar informações para garantir a produtividade e o retorno financeiro do produtor”, complementa o pesquisador.

O engenheiro agrônomo no futuro

Para suprir a necessidade de alimentação e energia no mundo até 2050, a produção agrícola deve dobrar, segundo o professor. O que muitos podem ver como uma pressão sobre o Brasil, ele considera como uma oportunidade.

“O Brasil pode abraçar essa oportunidade e se consolidar como uma potência na produção de energia biossustentável, alimentos e fibras, tudo isso com sustentabilidade”, enfatiza o pesquisador.

Para o futuro, Edivaldo Velini comenta que a previsão é de que muitos dos profissionais passarão a trabalhar em empresas internacionais. Isso ocorrerá porque o país começará a exportar seu modo de produção, principalmente para os demais países tropicais.

Inclusive, o professor faz um apelo às universidades, para que atualizem as grades curriculares. “A grande maioria dos cursos não possuem matérias que abordem a gestão de inovação, gestão da qualidade, logística e sustentabilidade. Estes são conceitos muito importantes.”

Agrônomos e o desenvolvimento de inovações

Atuando fortemente na área de pesquisas, Edivaldo Velini comenta sobre a importância do agrônomo para que as inovações cheguem ao campo.

“O Brasil tem um histórico muito forte no desenvolvimento de pesquisas que renderam bons resultados”, complementa o professor.

Com a força da pesquisa brasileira, o agro se desenvolveu de forma incomparável. “Se existe algo que vale a pena hoje no Brasil, é investir em pesquisa e ciência agronômica”, diz Velini.

Importância do agro para o Brasil e o mundo

O agronegócio brasileiro é responsável por 27% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país. Esta porcentagem reflete a pujança do setor, que ano após ano bate recordes em produção.

“O agro brasileiro é um dos poucos setores do país que gera superávit. De 2006 a 2021, cerca de R$ 1 trilhão foi gerado, enquanto outras áreas registraram déficit”, enfatiza Edivaldo.

Já quando se fala sobre o uso de energia de fontes renováveis, o Brasil segue na liderança mundial. De acordo com o professor, o mundo utiliza cerca de 14% de energia dessas fontes. O Brasil, por sua vez, utiliza mais de 45%, sendo que deste número, 32% vêm da biomassa (cana-de-açúcar e eucaliptos, por exemplo).

Professor Edivaldo Velini Podcast Dia do Engenheiro Agrônomo

Recado aos engenheiros agrônomos

“A primeira recomendação é a que passo para todos os meus alunos: não parem de aprender. A segunda é a que eu dou para as minhas filhas: nunca parem de pensar”. Segundo o professor, com estes dois pilares, grande parte dos problemas estarão resolvidos.

A Ourofino Agrociência aproveita este momento para parabenizar a todos os engenheiros agrônomos do Brasil. Esperamos poder sempre contribuir com o desenvolvimento de toda a cadeia e a parceria com estes profissionais faz toda a diferença.

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