Análise: O que esperar do mercado de milho em 2020?

por | maio 21, 2020 | Canal Digital, Podcast | 0 Comentários

Confira no quinto episódio do podcast Fala, Agro! um balanço da safra brasileira de milho verão.

Análise do mercado de milho em 2020

por Leonardo Antolini - Kleffmann | Episódio 05

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A colheita da safra de milho verão atingiu a marca de mais de 80% da área no Brasil. A produção estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), é de 25 milhões de toneladas, resultado 1,5% inferior à safra passada.

Segundo pesquisa realizada pela Kleffmann Brasil, a área de biotecnologia BT e RR na safra de milho verão cresceu 10%, impactando o manejo de lagartas e plantas daninhas.

No cenário externo, os Estados Unidos reduziram drasticamente o consumo  por etanol de milho, o que pode reduzir o preço da commodity internacionalmente.  Entretanto, a elevação no preço do dólar e a demanda interna aquecida por aves e suínos, tendem a assegurar o preço do milho no mercado brasileiro.

Veja abaixo os principais destaques da entrevista com o Diretor de Pesquisa da Kleffmann, Leonardo Antolini.

Principais numero da safra brasileira de milho verão

“Na região Centro-Sul a colheita está praticamente finalizada, esperamos uma produção superior a 25 milhões de toneladas, resultado 1,5% menor em relação a safra passada”

“Segundo os dados da nossa pesquisa do AMIS/ Kleffmann, a área cresceu pouco mais de 2%, impulsionada pelo preço do milho que se mantere superior a U$9,00 por saca ao longo do ano todo. Isso fez com que o produtor investisse em tecnologias para ter produtividade no ciclo 2019/2020”.

“O destaque negativo vai para a área de silagem que caiu 11%, tivemos uma redução grande no número e produtores de leite no Brasil. Por outro lado, quem permanece no mercado sãoprodutores mais tecnificados”.

Aumento da área de biotecnologia BT e RR

 “Foi um aumento bastante significativo, casa dos 10%, saindo de 70% para 80% a área com uso de biotecnologias. Isso confirma que o produtor está investindo em tecnologias de semente e transgênicos”.

 “O principal impacto disso foi no manejo de lagarta, reduzindo o uso de “lagartecidas” e também de aplicações em geral. Tivemos uma mudança de postura, com o agricultor migrando de inseticidas fisiológicos para produtos à base de amidas e até mesmo de benzoato que é utilizado no controle de lagartas”.

 “Outro ponto de destaque é que essa mudança favorece o manejo de plantas daninhas com atrazina e glifosato nas aplicações pós-emergência. Ou seja, isso modificou bastante o manejo de herbicidas também”.

Principais mudanças no uso de fungicidas

“O mercado de fungicidas de milho  vinha com a adoção crescente ao longo dos últimos três anos, mas agora tivemos uma redução, saído de 71% para 46% o número de agricultores que utilizam fungicidas na safra de milho verão”.

“Observamos também os agricultores estão adotando produtos mais baratos. Nota-se o uso de produtos  como estrobilurinas e triazóis, mas também de mancozebe e triazós sem as estrobilurinas misturadas”.

“Mesmo com essa queda, ressaltamos que o mercado de fungicidas está bastante consolidado no milho e podemos ter crescimento do uso dessas tecnologias nos próximos anos”.

Perspectivas para o cenário externo

 “Embora o preço em reais, no Brasil, esteja muito bom,  devemos nos atentar para os preços no mercado internacional que podem impactar o preço aqui também. Nos Estados Unidos temos uma demanda menor por combustíveis, impactando no etanol e essa produção que é de dupla aptidão, ou seja, pode ser usada tanto para grãos como para etanol, ela pode sofrer impactos globais e afetar o Brasil”.

 “Com relação ao consumo de proteína animal o mercado tendem a se aquecer com a volta do consumo mundial, principalmente pela demanda asiática.  Apesar desse cenário ser positivo o produtor deve ficar atento e travar a margem, aproveitar esse momento para trabalhar os contratos futuros e se proteger de eventual queda de dólar”.