Saiba como realizar o manejo outonal no período de entressafra

por | jul 30, 2020 | Canal Digital, Podcast | 0 Comentários

Técnica auxilia o controle de plantas daninhas e reduz perdas de produtividade por matocompetição

Saiba como realizar o manejo outonal no período de entressafra

por Jamil Constantin - Professor Dr. da Universidade Estadual de Maringá | Episódio 13

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Principais Destques

 

  • Manejo outonal x manejo entressafra;

  • Plantas daninhas de difícil controle;

  • Quando iniciar o manejo outonal;

  • Como substituir o Paraquate;

  • Importância de plantar no “limpo”;

  • Uso de herbicidas pré-emergentes.

O manejo outonal é uma prática importante para o controle de plantas daninhas, ela é realizada quando ocorre um intervalo de tempo maior entre a colheita de uma cultura e a semeadura da cultura subsequente.

A principal estratégia do manejo outonal é o uso de herbicidas pós-emergentes de ação residual para evitar a infestação de plantas daninhas que competem por água e nutrientes com a cultura, prejudicando assim a produtividade da lavoura.

Diferença entre manejo outonal e manejo entressafra

 “Qualquer manejo que o agricultor realiza entre a colheita de uma cultura e a semeadura de outra cultura é denominado manejo entressafra. Na década de 80, após a colheita da safra de verão, os produtores realizavam o manejo das áreas que ficavam no pousio, portanto, essa prática ficou conhecida como manejo outonal.  Ou seja, o manejo realizado entre a colheita da safra de verão e o plantio das culturas de inverno”.

“É importante ressaltar que existe uma diferença entre essas nomenclaturas. O manejo entressafra é aquele manejo realizado mais próximo do plantio, já o manejo outonal é um manejo mais prolongado. Nesse caso, são utilizados herbicidas residuais”.

Principais plantas daninhas de difícil controle

“No milho safrinha as principais plantas resistentes são a buva e o capim-amargoso, porém, já estamos tendo problemas com caruru e capim-pé-de-galinha com resistência ao glifosato.  Com relação as plantas tolerantes, ou seja, ervas de difícil controle, temos um aumento expressivo da trapoeraba, erva quente, erva de Santa Luzia e a vassoura-de-botão, que são muito identificadas no cerrado, de difícil controle e, portanto, devem ser manejadas nessa entressafra”.

Quando iniciar o manejo outonal?

“Nas áreas de milho safrinha esse manejo deve ser feito após a colheita, independente da região. Após a colheita, o agricultor deve esperar uma semana para abaixar a palhada e então iniciar o manejo. Se a ação for atrasada, as plantas daninhas irão crescer e dificultar o controle, exigindo maior número de aplicações de produtos”.

Como substituir o Paraquate?

 Nota:

Com base na RDC Nº 177 de 21 de setembro de 2017, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, estabeleceu o prazo de 20 de setembro de 2020 para o banimento dos produtos à base de Paraquate, como parte da conclusão do processo de reavaliação do uso do ingrediente ativo no país.

 “Não é fácil substituir essa tecnologia. Apesar de em algumas regiões o Paraquate não está apresentando a mesma eficiência para controle da buva, essa solução é muito importante para manejo de capim-amargoso e vassoura-de-botão.

“Uma das alternativas para substituir o Paraquate é o glifosato com protox e glifosinato de amônia mais parceiro, que poderia ser o protox. Então dentro dessa combinação nós conseguimos substituir relativamente bem o Paraquate.

Qual a importância de plantar a cultura no “limpo”?

 “A semeadura de uma cultura em uma área com uma cobertura vegetal pode prejudicar o desenvolvimento da lavoura. Isso ocorre, pois, a vegetação de cobertura ainda não foi dessecada e, portanto, as plantas daninhas não foram eliminadas. Com isso, as plantas daninhas irão provocar um sombreamento na cultura que está emergindo, ocasionando problemas por competição de nutrientes e, consequentemente, queda de produtividade.

 “Uma das soluções para evitar esse problema é realizar a dessecação e esperar que a cobertura vegetal esteja totalmente seca e rente ao chão. Uma outra opção é o uso de produtos com dessecação acelerada. Quanto mais acelerada for a dessecação, melhor serão as condições para o desenvolvimento inicial da cultura.

Importância do herbicidas pré-emergentes

 “Um dos pontos que os agricultores podem enfrentar é a reinfestação das plantas daninhas após o plantio da cultura. Quanto mais cedo a planta daninha emergir, maios a chance dela prejudicar a cultura através da interferência”.

 “A presença do mato junto com a cultura é problema certo de produtividade e queda de qualidade do produto. Nesse contexto, os pré-emergentes auxiliam o desenvolvimento da cultura no “limpo”, sem a interferência das plantas daninhas. Quanto mais tarde a planta daninha emergir, menor será o dano à lavoura. Ou seja, o pré-emergente preserva a produtividade da lavoura, facilita o trabalho do pós-emergente, aumenta a possibilidade de reduzir o número de aplicações de pós-emergente e auxilia o manejo de plantas tolerantes e resistentes”.