Revendas e cooperativas são demandantes de inovações

por | 16 jun 2017 | Institucional, Notícias | 0 Comentários

Revendas e cooperativas são demandantes de inovações dos fabricantes

Matheus Cônsoli, especialista em estratégias de negócios, analisa o mercado de defensivos agrícolas brasileiro

André Ricci

O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira e vem se sustentando, ainda que aos trancos e barrancos, em meio à crise econômica vivida pelo Brasil. De acordo com o especialista em estratégias de negócios, Matheus Alberto Cônsoli, o momento abre oportunidades para empresas no mercado de defensivos agrícolas, mas alerta que outras poderão se apequenar e até mesmo fechar as portas. O especialista fala também sobre os gargalos no segmento, canais de distribuição, projeções de mercado, entre outros assuntos. Confira:

Os canais de distribuição têm acompanhado a evolução do segmento?

Como acontece na maioria dos setores, há empresas bem desenvolvidas, com boas práticas de gestão e capacidade técnica. Esse “pelotão especial” de empresas de distribuição (revendas e cooperativas) têm sim acompanhado, inclusive são demandantes de inovações dos fabricantes. Mas infelizmente temos muitas empresas na “segunda divisão” que ainda carecem de evolução e desenvolvimento. Nossa expectativa é que o setor se profissionalize e se desenvolva, mas isso deve ser acompanhado de maior concentração, fusões e aquisições, além de novos modelos de parceria e de negócio na distribuição.

Como as empresas do setor têm lidado com a crise?

A crise tem dois lados distintos. Infelizmente temos empresas com problemas de gestão, rentabilidade e mesmo solvência, que devem ter dificuldades de fechar o ciclo 2015/16. Algumas encolherão e voltarão a ter atividades mais reduzidas, com menor expressão, até que possam se reestruturar e voltar a crescer. Outras deverão até mesmo fechar por esses problemas, mas nos parece algo mais pontual do que sistêmico. As empresas mais organizadas estão revendo suas estruturas, cortando custos e ajustando estratégias e investimentos à realidade. Isso não reduz a importância e necessidade de manter o atendimento e relacionamento com clientes, processos comerciais e assistência técnica. Algumas estão inclusive investindo e expandindo, aproveitando as oportunidades do momento.

Quais as perspectivas futuras?

Acreditamos na agricultura e no setor de insumos. Mudanças e ciclos são naturais. De maneira geral, visualizamos uma agricultura mais profissionalizada e concentrada, tanto na produção agrícola quanto na indústria de insumos. Para manter a competitividade, acreditamos que a distribuição vai acompanhar a tendência e se concentrar também, mas a concorrência com vendas diretas deverá ser mais acirrada, principalmente nos cerrados. Por outro lado isso pode trazer oportunidades de serviços agronômicos e de logística para as empresas de distribuição.

Qual a importância das empresas de genéricos no mercado de defensivos agrícolas?

Elas têm o papel de aumentar a disponibilidade de produtos e dar escala aos que tiveram suas patentes já expiradas. Isso dinamiza o setor e possibilita a redução de custos para os agricultores.

Há também uma questão de ciclo de vida das tecnologias e da inovação. Essas empresas acabam “forçando” às de pesquisa a inovar para manter sua diferenciação e posicionamento, o que acelera as inovações. Com o passar do tempo, as estratégias se modificam e algumas empresas de genéricos procuram se diferenciar e investir em inovações, outras de pesquisa acabam ficando mais genéricas. Esse é um ciclo que também está relacionado à concentração e ondas de fusões e aquisições a nível global.

Quais as projeções para o mercado de defensivos agrícolas a curto prazo?

Acreditamos que continuará crescendo, mas num ritmo mais lento. Influências de clima, área, tecnologias e câmbio podem mudar isso, mas se prevê um crescimento entre 4% e 5% nos próximos anos.

Como o senhor avalia o desenvolvimento da Ourofino Agrociência em 6 anos de existência?

Observando de “fora” é possível ver o desenvolvimento da empresa, tanto pela presença nos canais de distribuição quanto pela atenção que a concorrência já dá para a Ourofino.

Deixe um recado aos agricultores.

Os agricultores são a grande estrela da cadeia, com uma importância fundamental na sociedade pela geração de alimentos e riqueza, responsáveis pelo saldo comercial que o Brasil tem há mais de 15 anos. Parabéns agricultores, continuem investindo, continuem progredindo e se profissionalizando. Todos nós precisamos de vocês!

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