Molécula inédita no mercado brasileiro irá auxiliar o manejo de lagartas da soja e do milho
As principais lagartas da soja e do milho
As lagartas estão entre as principais pragas da agricultura brasileira, juntamente com os percevejos. Elas apresentam enorme potencial de dano e podem atacar a lavoura desde o desenvolvimento inicial até a colheita.
Entre as principais lagartas da soja, destacam-se a lagarta-da-soja (Anticarisa gemmatalis), lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens), lagarta-falsa-medideira (Chysodeixis includens) e a helicoverpa (Helicoverpa armigera).
Na cultura do milho, as principais lagartas são: lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e a lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea).
Nos últimos anos, a crescente infestação de lagartas, principalmente as do gênero Spodoptera, tem causado preocupação aos agricultores. Segundo a EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o aumento de populações resistentes é resultado de uma série de fatores, sendo o principal deles, o aumento no uso de variedades de soja transgênicas, resistentes as principais espécies de lagartas, porém, com baixa eficiência ao gênero Spodoptera, favorecendo a infestação de espécies desse gênero, em especial a frugiperda.
Veja no conteúdo abaixo quais são as principais espécies de lagartas da soja e do milho, os danos causados às culturas, como identificá-las e as soluções para o manejo dessas pragas.
As principais espécies de lagartas da soja
Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
O que é?
A lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) foi considerada uma das principais lagartas de soja no Brasil. Os insetos mais jovens raspam as folhas das plantas, causando manchas claras e perfurações, porém, deixam as nervuras centrais e laterais intactas.
Potencial de dano
Após atingir mais idade, a praga passa a se alimentar mais, aumentando os danos à lavoura. Cada lagarta consome uma área de cerca de 100 cm². Caso não seja controlada, a Anticarsia gemmatalis pode causar a desfolha em mais de 30% da planta, comprometendo a produtividade.
Como identificar?
Essa lagarta possui coloração verde, com três linhas longitudinais brancas no dorso, quatro pares de pernas abdominais e mais um par de pernas terminal. Em situações de escassez de alimento, a coloração da lagarta pode se tornar mais escura.
A Chrysodeixis includens é a espécie de lagarta da soja mais importante no complexo das falsas-medideiras.
Lagarta-falsa-medideira (Crysodeixis includens)
O que é?
A Chrysodeixis includens é a espécie de lagarta da soja mais importante no complexo das falsas-medideiras. Até a década de 90, esse complexo de lagartas era considerado de importância secundária na soja, devido às baixas infestações. Porém, a partir das safras 20/21 e 21/22 essas espécies tornaram-se pragas de grande relevância na soja, exigindo mais atenção no manejo.
Potencial de dano
A lagarta-falsa-medideira ataca geralmente as folhas mais baixas das plantas de soja e, consequentemente menos visíveis, causando inclusive uma dificuldade do agricultor de monitorar a presença dessas pragas.
Como identificar?
Essa praga pode ser reconhecida através da sua coloração verde-clara com linhas longitudinais brancas que percorrem todo o seu dorso, além de pequenos pontos pretos. As lagartas se locomovem a “mede-palmo” e apresentam três pares de patas torácicas, dois pares de pseudopatas e um par abdominal.
Helicoverpa (Helicoverpa armigera)
O que é?
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a helicoverpa (Helicoverpa armigera) é uma das principais pragas com maior potencial para gerar prejuízos as lavouras brasileiras. A presença dessa espécie foi confirmada no Brasil em 2013, nos estados de Goiás, Mato Grosso, Bahia e Paraná. Desde então ela passou a chamar a atenção dos agricultores brasileiros devido ao seu enorme potencial de dano.
Potencial de dano
A helicoverpa (Helicoverpa armigera) ataca principalmente as plantas na parte aérea, tais como flor, folha, fruto/vagem. Na soja as perdas estimadas variam entre 30% a 40%, dependendo do nível de infestação, no algodão esse percentual varia entre 25%a 30% e no milho de 3% a 5%.
Como identificar?
A helicoverpa apresenta colorações diversas ao longo de sua vida, passando por branco quando jovem e chegando a tons de verdes, desde claro até escuro. Além disso, a lagarta possui “pintas” escuras no seu corpo. Os tons de coloração variam conforme a alimentação do inseto.
Lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens)
O que é?
Outra lagarta da soja que apresenta grande potencial de dano é a lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens), conhecida por atacar também a cultura do algodão. Até 2008 essa praga era de pouca importância na soja, porém, nos últimos anos ela passou a apresentar uma real ameaça à oleaginosa.
Potencial de dano
Na soja, os ataques acontecem geralmente na fase final da cultura, causando danos às flores, vagens e grãos. Além disso, ela facilita também a entrada de patógenos, diminuindo o número de vagens e grãos viáveis.
Como identificar?
As lagartas recém-eclodidas apresentam coloração verde e, na fase inicial, ficam escondidas nas flores e vagens, o que dificulta o monitoramento. Na fase adulta, essas lagartas ganham tonalidades que variam desde verde-claro ao marrom
As principais espécies de lagartas do milho
A Spodoptera frugiperda ataca as estrutura reprodutivas da planta e apresenta enorme potencial de dano.
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
O que é?
A lagarta-do-cartucho é bem conhecida do agricultor brasileiro, pois pode ser encontrado no algodão, arroz, soja e também no milho. Seu nome se dá pelo fato dessa praga se alojar no cartucho da planta, onde seus dejetos também são depositados, causando a destruição do local.
Potencial de dano
Além de destruir o cartucho das plantas, as lagartas dessa espécie raspam e perfuram as folhas e danificam também as espigas. Os ataques ocorrem próximo à época de florescimento e se intensificam em épocas secas. Na soja, ela ataca as estruturas reprodutivas da planta, como por exemplo, as flores, vagem e grãos. Ela também pode atacar a soja no início do ciclo de desenvolvimento, causando falha no estabelecimento da cultura.
Como identificar?
No início de sua vida, a lagarta-do-cartucho possui uma coloração clara e ao longo do seu desenvolvimento os tons vão se escurecendo podendo chegar a preto. Além disso, na sua cabeça é possível ver uma marca em formato de “Y” invertido. Na região torácica, a lagarta-do-cartucho possui três pares de pernas e outros cinco pares de falsas-pernas no abdome. Se não controlada, a praga pode chegar à 50mm.
Lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea)
O que é?
Sendo uma das mais importantes na cultura em nível mundial, a lagarta-da-espiga-do-milho causa danos principalmente nos grãos da planta, pois as mariposas depositam seus ovos nos estigmas das plantas e após eclodirem, as lagartas começam a se alimentar desse local.
Potencial de dano
Ao se alimentarem dos estigmas, a fertilização da planta diminui. Já quando as lagartas passam a se alimentar dos grãos, os locais ficam expostos a penetração de outras pragas e doenças causando ainda mais estragos. Em uma planta atacada, o peso dos grãos é afetado, causando grandes perdas econômicas.
Como identificar?
Chegando até 35mm, as lagartas possuem colorações verde-claro, rosa, marrom e até tons mais escuros próximos do preto. Além disso, ela possui marcas longitudinais em dois tons, escuros e claros, cabeça em tons de amarelo ou marrom e pontos escuros.
Lagarta-elamos (Elasmopalpus lignosellus)
O que é?
A lagarta-elasmo ou broca-do-colo possui ocorrência cíclica e seus surtos ocorrem geralmente em épocas secas, em lavouras em estágios iniciais.
Potencial de dano
A lagarta ataca a planta abaixo do nível do solo, onde ela adentra na planta após raspar o tecido vegetal próximo ao colo. A partir desse local, ela se movimenta dentro da planta, abrindo galerias. Com isso, o sistema onde a água percorre dentro do vegetal fica comprometido, causando o ressecamento de folhas e, consequentemente, a morte da planta.
Como identificar?
No início de sua vida, as lagartas possuem uma coloração amarelada com listras vermelhas. Ao longo do seu desenvolvimento sua cor muda para tons esverdeados e também com listras e anéis de cor vermelha. Quando adulta, a larva chega a 16mm e pode viver até 42 dias.
Ourofino Agrociência apresenta solução inédita no mercado brasileiro para o manejo de lagartas da soja e do milho
A Ourofino Agrociência conta agora com o Goemon®, o primeiro fruto da parceria com a japonesa ISK Biosciences. O produto, disponível para comercialização, é um inseticida com o ingrediente ativo ciclaniliprole, do grupo químico das Diamidas, voltado para o manejo de pragas de difícil controle nas culturas de milho, soja, tomate e café.
A nova solução da empresa de origem brasileira é eficiente contra lagartas de difícil controle, que podem prejudicar até 75% da produtividade. As principais lagartas controladas pelo Goemon® são a Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), Helicoverpa (Helicoverpa armigera), Falsa-medideira (Chrysodeixis includens) e também o Bicho-mineiro (Leucoptera Coffeella).
O Goemon® oferece um residual prolongado e amplo espectro de controle. Além disso, a solução japonesa pode ser incluída ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), fazendo parte da rotação de ferramentas e aumentando a proteção das lavouras contra as lagartas de soja e milho, principalmente.
“A nova molécula combina alta eficiência, seletividade e estabilidade de controle em todo o território brasileiro”, de acordo com Lenisson Carvalho, gerente de marketing grandes culturas da Ourofino Agrociência.
Atributos do inseticida Goemon®
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Molécula inédita no mercado brasileiro;
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Alta seletividade;
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Residual prolongado;
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Amplo espectro de controle.
Soluções da Ourofino Agrociência para o manejo de lagartas da soja e do milho
Nome popular |
Nome científico |
Solução para o manejo |
Lagarta-da-soja |
Anticarsia gemmatalis | BrilhanteBR®, BritBR®, Capataz®, PingBR®, Racio®, UnânimeBR® |
Lagarta-das-maçãs | Chloridea virescens | PingBR® e UnânimeBR® |
Lagarta-falsa -medideira | Chrysodeixis includens | BrilhanteBR®, Goemon®, PingBR® |
Helicoverpa | Helicoverpa armigera | Goemon® |
Lagarta-do-cartucho | Spodoptera frugiperda | BrilhanteBR®, Capataz®, Goemon®, UnânimeBR® |
Lagarta-elasmo | Elasmopalpus lignosellus | Terra Forte®, UnânimeBR® |
* Consulte as bulas dos produtos para obter informações sobre doses e culturas registradas
Manejo Integrado de Pragas (MIP)
A Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma técnica que busca otimizar o controle de pragas agrícolas (como as lagartas da soja), além de reduzir os custos de produção e minimizar os danos ambientais e ecológicos da atividade.
O MIP envolve a utilização de vários métodos e ferramentas, dentre eles a utilização de controle químico, biológicos, cultivares resistentes e rotação de culturas. Essa medida surgiu em 1960 e é de extrema importância para o manejo de pragas em climas tropicais, como o Brasil. Veja abaixo os principais destaques de algumas ferramentas do MIP.
Cultivares resistentes
A adoção de cultivares geneticamente modificadas também é uma boa medida a ser utilizada, uma vez que a planta apresenta a proteína que é capaz de controlar determinada praga.
Na soja, a utilização da biotecnologia surgiu na safra 2013/2014 e teve um percentual de utilização de cerca de 4%. Já na safra 2019/2020 esse número aumentou para 70% de toda a área de soja cultivada no Brasil.
Produtos Biológicos
A utilização de biológicos no controle de pragas é uma ação importante, pois é uma maneira de ajudar no combate sem correr risco de causar outros danos. A medida consiste na utilização de inimigos naturais, como predadores, parasitoides e patógenos que auxiliam no controle natural de pragas.
Rotação de culturas
A alternância de culturas em uma mesma área durante o ano é uma boa oportunidade para o agricultor manter o solo fértil e também reduzir o inóculo para importantes doenças, diminuindo assim a pressão da doença na região.
Essa rotação é comum em lavoura de soja e milho, onde os agricultores aliam as diferentes épocas de produção à saúde do solo e também garantem ganhos econômicos durante o ano todo.
Controle químico
Mesmo com as outras medidas, o controle químico ainda é necessário. O uso de inseticidas é fundamental para o manejo eficiente de pragas de difícil controle, como por exemplo, as lagartas.
Entretanto, há um fator que deve ser levado em consideração: a rotação de mecanismos de ação. Ao utilizar somente um produto contra as pragas, a chance da lagarta se tornar resistente é muito grande. Portanto, a dica de especialistas é que o agricultor renove o seu leque de produtos continuamente, evitando a resistência das pragas.